Sanágua Análises químicas e ambientais Sanágua Análises químicas e ambientais

 

Notícias

Doenças Transmitidas pela Água

quinta, 27 de novembro de 2014 às 16h55
A maioria das doenças transmitidas pela água são causadas por micro-organismos presentes em reservatórios de água doce, habitualmente após contaminação dos mesmos por fezes humanas ou de animais. A transmissão do agente infeccioso através da água pode ocorrer pela ingestão, pelo contato com a pele durante o banho, na preparação de alimentos, ou pelo consumo de alimentos lavados com água infectada.
Nas regiões onde não há saneamento básico (falta de água tratada ou rede de esgoto), as doenças infecciosas podem ocorrer devido à contaminação da água de rios, lagos, córregos e, em alguns casos, até mesmo do mar por dejetos humanos e de animais. O modo mais comum de contaminação das águas é através do despejo de esgoto não tratado.

Só para se ter uma ideia, quantidades mínimas de fezes, como apenas 1 grama, podem conter cerca de 10 milhões de vírus, 1 milhão de bactérias ou até 1000 parasitas.

Além das infecções transmitidas diretamente pela água, há também outras doenças relacionadas à água, como infecções causadas por mosquitos que se reproduzem em água doce parada, nomeadamente dengue e febre amarela. O consumo de água contaminada por substâncias químicas, como chumbo, arsênico e flúor, também pode levar a doenças.

Neste texto vamos fazer uma rápida revisão das principais doenças causadas por água contaminada com germes.

DOENÇAS INFECCIOSAS TRANSMITIDAS PELA ÁGUA

1. Hepatite A

A hepatite A é uma infecção viral transmitida pela via fecal-oral. A transmissão do vírus da hepatite A pode se dar através da contaminação de alimentos preparados por pessoas infectadas que não lavam as mãos após evacuarem ou pelo contato das fezes contaminada com águas, nos locais onde não há saneamento básico. Praias, rios e lagos que recebem esgoto não tratado podem ter suas águas contaminadas com o vírus da hepatite A.
A hepatite A se apresenta como uma diarreia, associada à perda de apetite, náuseas, vômitos, fraqueza, dor muscular, dor de cabeça e febre. Após uma semana surge a icterícia, sintoma clássico da hepatite A aguda, que se caracteriza por pele e olhos amarelados.

2. Cólera

A cólera é uma infecção causada pela bactéria Vibrio cholerae e se caracteriza por um severo quadro de diarreia aquosa, que pode levar rapidamente à grave desidratação.

A cólera também é transmitida pela via fecal-oral, podendo ser adquirida através da água e de alimentos contaminados. O Vibrio cholerae após ser ingerido, instala-se no intestino e passa a produzir uma toxina que ataca as células do intestino, levando a uma grave diarreia.

Falaremos em detalhes sobre a cólera em artigo que será escrito nas próximas semanas.

3. Diarreia infecciosa

Além da cólera e da hepatite A, vários outros germes, incluindo bactérias, vírus e parasitas podem contaminar águas e causar diarreia através da via fecal-oral. Só para citar alguns:

– Bactérias:
  • Escherichia coli 
  • Salmonella.
  • Shigella.
  • Campylobacter pylori.
  • Chlamydia trachomatis.
  • Yersinia enterocolítica.
– Vírus:
  •  
  • Rotavírus.
  • Norovírus (chamado antigamente de vírus Norwalk).
  • Adenovírus.
  • Sapovírus.
  • Astrovírus.
  • Adenovírus entérico.
  • Pólio.
  • Hepatitis E.

    4. Leptospirose

    A principal fonte de transmissão da leptospirose são os ratos de esgoto. A infecção pode ocorrer após o consumo de líquidos e alimentos, mas a via principal é pelo contato direto da pele com água contaminados pela urina destes roedores. O risco de transmissão é grande durante as enchentes, quando as águas contaminadas dos esgotos se misturam com o excesso de água das chuvas. Quanto mais prolongado for o contato da pele com a água contaminada pela urina de rato, maior o risco de contágio.

    Mais de 75% dos pacientes apresentam febre alta com calafrios, dor de cabeça e dor muscular. 50% apresentam náuseas, vômitos e diarreia. Um achado típico da leptospirose são os olhos acentuadamente avermelhados.

    6. Otite externa

    Exposição do ouvido à água é um fator de risco bem conhecido para otite externa (inflamação da região mais externa do ouvido). A otite externa é também conhecida como a otite do nadador.

    O excesso de umidade leva à maceração da pele e à quebra da barreira de cerume, mudando a microflora do canal do ouvido, favorecendo o crescimento de bactérias que causam a otite.  A otite pode ser causada por bactérias ou fungos e águas com elevado grau de contaminação aumentam ainda mais o risco de lesão do ouvido. Porém, a otite pode surgir mesmo em pessoas que só frequentam piscinas com adequado tratamento da água.

Fonte: http://www.mdsaude.com

 

Veja também