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RESÍDUOS QUÍMICOS E SEU IMPACTO NO MEIO AMBIENTE

quinta, 29 de maio de 2014 às 11h15
Muitas são as fontes degradadoras da natureza, porém os resíduos químicos são considerados os mais agressivos. Lixo e efluentes originados de indústrias, hospitais, institutos de pesquisa, etc., acabam poluindo o ambiente em que vivemos, trazendo inúmeras consequências para nossa saúde. Os compostos químicos podem penetrar no organismo pela via respiratória, através da pele ou por ingestão trazendo sérios riscos para o ser humano.

Estes resíduos ainda causam um impacto irreversível ao meio ambiente. O planeta já apresenta sinais claros de que ações impensadas do homem estão acabando com nosso bem estar. O aquecimento global, que provoca o derretimento de geleiras, enchentes, desastres naturais e desordem de temperatura são sinais claros, que estão fazendo com que os homens comecem a se conscientizar de seu papel na preservação.

A escassez da água é outro fator que causa preocupação no homem, que já começa a evitar o seu uso indiscriminado e pensar em formas para o seu reaproveitamento. Alguns danos causados já são irreversíveis, porém ainda há muito o que fazer na prevenção e regularização de algumas indústrias causadoras da degradação.

ATERRO

O avanço e crescimento industrial no mundo é uma das principais causas da poluição excessiva e liberação de resíduos químicos na água, atmosfera e aterros sanitários. Em lugar de matas e novas árvores, encontramos diariamente novas indústrias se instalando e poluindo cada vez mais. Os resíduos tóxicos, considerados os mais agressivos à natureza e ao homem, podem provocar até mesmo a morte e contaminação permanente de rios e criações de animais. Alguns produtos tóxicos conhecidos são o chumbo, o cromo e os fenóis.

A norma NBR 16725, elaborada pelo Comitê Brasileiro de Química, estabelece regras para que as indústrias adaptem sua segurança quanto à eliminação de resíduos. Uma das novas responsabilidades diz respeito ao fornecimento de informações sobre os resíduos constantes no rótulo dos produtos. Porém nem todas as empresas a obedecem. A falta de tratamento e eliminação incorreta dos resíduos químicos contaminam o solo, o ar e a água, sendo uma grande ameaça para a saúde pública.

ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO

A prevenção à poluição refere-se a qualquer prática que vise a redução e/ou eliminação, seja em volume, concentração ou toxicidade, das cargas poluentes na própria fonte geradora. Inclui modificações nos equipamentos, processos ou procedimentos, reformulação ou replanejamento de produtos e substituição de matérias-primas e substâncias tóxicas que resultem na melhoria da qualidade ambiental.

Qualquer que seja a solução adotada para o lançamento dos resíduos originados no processo produtivo ou na limpeza das instalações, é fundamental que a indústria disponha de sistema para tratamento ou condicionamento desses materiais residuais.


PROCESSOS DE TRATAMENTO

A tabela abaixo lista as operações usualmente empregadas para os diferentes tipos de contaminantes existentes nos efluentes industriais.

 




Os processos de tratamento utilizados são classificados de acordo com princípios físicos, químicos e biológicos:

Processos físicos: dependem das propriedades físicas do contaminante tais como, tamanho de partícula, peso específico, viscosidade, etc.
Exemplos: gradeamento, sedimentação, filtração, flotação, regularização/equalização, etc.

Processos químicos: dependem das propriedades químicas dos contaminantes o das propriedades químicas dos reagentes incorporados. Exemplos: coagulação, precipitação, troca iônica, oxidação, neutralização, osmose reversa, ultrafiltração.

Processos biológicos: utilizam reações bioquímicas para a eliminação dos contaminantes solúveis ou coloidais. Podem ser anaeróbicos ou aeróbicos.
Exemplo: lodos ativados, lagoas aereadas, biodiscos (RBC), filtro percolador, valas de oxidação, reatores sequenciais discontinuos (SBR).

O tratamento físico-químico apresenta maiores custos, em razão da necessidade de aquisição, transporte, armazenamento e aplicação dos produtos químicos. No entanto, é a opção mais indicada nas indústrias que geram resíduos líquidos tóxicos, inorgânicos ou orgânicos não biodegradáveis.

Normalmente, o tratamento biológico é menos dispendioso, baseando-se na ação metabólica de microrganismos, especialmente bactérias, que estabilizam o material orgânico biodegradável em reatores compactos e com ambiente controlado. No ambiente aeróbio são utilizados equipamentos eletro-mecânicos para fornecimento de oxigênio utilizado pelos microrganismos, o que não é preciso quando o tratamento ocorre em ambiente anaeróbio.

Apesar da maior eficiência dos processos aeróbios em relação aos processos anaeróbios, o consumo de energia elétrica, o maior número de unidades, a maior produção de lodo e a operação mais trabalhosa justificam, cada vez mais, a utilização de processos anaeróbios. Assim, em algumas estações de tratamento de resíduos líquidos industriais estão sendo implantadas as seguintes combinações:
unidades anaeróbias seguidas por unidades aeróbias;
unidades anaeróbias seguidas de unidades físico-químicas.
Operações de tratamento físico-químico

Oxidação de cianetos
Para eliminar os cianetos presentes nos efluentes, há a necessidade de previamente oxidá-los pela ação de oxidantes fortes, como o hipoclorito de sódio, em meio alcalino, que se pode obter através da adição de soda cáustica.

Redução de cromo hexavalente
Este processo é efetuado por adição de um agente redutor, como o bissulfito de sódio, num meio ácido, como o ácido sulfúrico, necessário para se dar a reação.

Homogeneização e Neutralização
Nesta etapa procede-se à homogeneização dos diferentes tipos de efluentes e ao ajuste de pH de forma a serem criadas as condições necessárias à precipitação dos metais pesados. Normalmente, dão entrada nesta operação os efluentes da linha de oxidação de cianetos, de redução de cromo e restantes efluentes, ácidos e alcalinos, com metais pesados.

Floculação
Nesta operação adiciona-se ao efluente homogeneizado uma substância floculante para que assim se verifique a aglutinação dos flocos de menores dimensões de forma a ficarem mais densos e com maior velocidade de sedimentação.

Decantação
É nesta fase que se dá a separação dos flocos sólidos em suspensão que se formaram na fase anterior, por sedimentação, num decantador de tipo lamelar.

Desidratação mecânica
Por este processo, consegue-se uma lama desidratada com uma percentagem de humidade em torno dos 35%. Para tal, pode recorrer-se a filtros banda por placas. As lamas com origem nesta operação, são recolhidas em recipientes tipo big-bag, sendo levados para uma zona de armazenagem temporária de lamas.

Operações unitárias, processos e sistemas de tratamento usados para remover a maior parte dos contaminantes encontrados em efluentes:

Os tratamentos do tipo físico-químico aplicam-se na depuração de águas residuárias geradas, normalmente, pelos processos de tratamento de superfícies e podem ser agrupados nos seguintes processos:

Operações de óxido-redução
Redução de Cr VI
Oxidação de ions ferrosos, cianetos e matéria orgânica

Operações de neutralização e precipitação
Hidróxidos metálicos
Sulfatos, fosfatos e fluoretos
Operações de floculação e decantação
Operações de desidratação de lamas

Objetivos do tratamento físico-químico:
Recuperação de algumas substâncias
Recuperação de metais pesados por
precipitação química
Diminuir a perigosidade e a toxicidade
Oxidação de cianetos obtendo cianatos
Redução do Cromo (VI) para Cromo (III)

Substâncias susceptíveis de sofrer tratamento físico-químico
Ácidos e bases
Resíduos contendo metais pesados (Fe, Cu, Ni, Cr, Zn, Pb)
Resíduos contendo cianetos (CN)

Os resíduos que necessitam sofrer este tipo de tratamento físico-químico são originados por empresas que fazem o tratamento de superfície, tal como as cromagens, pinturas, latonagens, zincagens, etc.

O tratamento de superfície consiste num tratamento químico que utiliza produtos químicos que são nocivos e agressivos para a natureza como por exemplo os banhos tóxicos, que podem conter ácidos, cromo (VI) e/ou cianetos.

O próprio tratamento físico-químico origina lamas com metais pesados que têm que ser enviadas para aterros controlados para resíduos industriais perigosos.

Infelizmente, existe ainda um número considerável de empresas que continuam a despejar, de uma forma irresponsável , resíduos classificados como perigosos para o solo e/ou para a água sem sofrerem o adequado tratamento físico.

Fonte: http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/residuos-quimicos-impacto-meio-ambiente/

 

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