Você sabia que o Brasil produz diariamente 228 toneladas de resíduos?
Será que muito desses resíduos que são descartados como lixo poderiam assumir outra função? E se eles fossem reaproveitados?
Há quem diga que o volume gerado de lixo está intimamente ligado à crescente demanda por bens de consumo: eletroeletrônicos, televisão, geladeira, fogão, roupas, alimentos, automóveis, enfim produtos que nem sempre foram desenvolvidos para durar e assim, o descarte se faz “necessário” e a compra por um novo é a “única solução”.
Dessa forma, quem acaba “absorvendo” esse passivo é a natureza que recebe esses materiais descartados, sendo que muitos são compostos por peças com lenta decomposição ou ainda àqueles com alto índice tóxico. Nesse caso, o solo e a qualidade da água são impactados e ficam comprometidos.
Mas afinal, qual a diferença entre lixo e resíduo sólido?
Lixo é definido como “restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo se apresentar no estado sólido e líquido, desde que não seja passível de tratamento.” (ABNT).
Já o resíduo sólido, é “todo material nos estado sólido que resulta da atividade da comunidade de origem industrial, doméstica, comercial, de serviços ou agrícola.” (ABNT). Esses, se manejados adequadamente, adquirem valor comercial e podem ser utilizados como novas matérias primas, poupando o uso de recursos naturais.
O resíduo sólido quando descartado em lixo convencional continua existindo na natureza. Isso porque são compostos por materiais que demoram a se decompor. Daí, a importância e urgência em analisar as possibilidades de reintroduzi-los nas cadeias produtivas de novos itens ou ainda pensar em aumentar o seu ciclo de vida.
Saiba o tempo de decomposição de alguns resíduos sólidos:
Lata de aço 50 anos
Garrafa plástica 450 anos
Copo plástico 50 anos
Lixo radioativo (ex: máquinas de RX) 250 mil anos
Caixa de papelão 2 meses
Lata de alumínio 200 anos
Madeira pintada 13 anos
Jornal 6 meses
Vidro indeterminado
O melhor dos mundos seria a “não geração de resíduo”, mas diante das necessidades de consumo, a reciclagem surge como principal alternativa de reaproveitamento de materiais que iriam para os aterros sanitários, podendo comprometer assim, o solo e qualidade da água.
Pense nisso! Os “erres” que aumentam os ciclos dos produtos
Repensar: Está ligado ao processo de reflexão durante o processo de aquisição de um produto. “Será que eu realmente preciso disso?”;
Recusar: Esforço de recusar uma oferta, não consumir sem necessidade;
Reduzir: Consumir consciente, sem exageros;
Reparar: Avaliar se o produto pode ser consertado ao invés de ser descartado;
Reutilizar: Antes de descartar, verificar se o material pode ser usado para outra funcionalidade;
Coleta Seletiva no Brasil
Apenas 32,3% das cidades brasileiras possuem programa de coleta seletiva. É o que revelou a Pesquisa sobre os Perfis dos Municípios Brasileiros realizada pelo IBGE em 2011.
Ainda segundo a Pesquisa, no Brasil os catadores somam 600 mil trabalhando ativamente na coleta seletiva. Desses, apenas 30 mil desempenham a função de maneira formalizada em uma das 1.175 cooperativas ou associações de catadores.
Papel do Consumidor
O consumidor tem um papel importante no processo de reciclagem, ele pode avaliar a real necessidade de se adquirir um bem e usando o seu poder de escolha, optar por produtos com menos embalagens, por exemplo. E, no momento de descartá-lo pode se informar se o seu bairro conta com coleta seletiva ou ainda possua cooperativas de catadores.
Que tal começar a tratar o lixo de ontem como o resíduo de hoje?!